sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Lírios brancos e as vigas do teu corpo
Neruda
fechou meus olhos
Abriu
minhas narinas
Me
ensinou a palavra certa
Escrita
sobre argila
Como
um belo mercador negociando sua dor
Cheiro
Por
Olor
Incapaz
de parar uma tempestade com meu sorriso de estanho
Mas
de olhos fechados e narinas bem abertas
Abraçando
o aroma do teu corpo
Sentindo
não mais teu cheiro
Estranho
Mas
teus olores
Mantos
Mantos
envoltos na minha sincera caveira
Embriagando
minha têmpora e meus sapatos
É
um tremelico no umbigo
Um
certo embaraço
Cheira
meu corpo
Você
me dizia
Cheira
meu corpo
Sou
feita de lírios e minhas vigas obreiro nenhum criou
Só
teu amor que vem negro
No
meio dessa tempestade desflorei-o
E
vem a tempestade intempestiva
Minha
face tão limpa quanto um telhado de vidro
Sem
fogo
Me
infesta
Tempo
dela
Nada
posso fazer com meus olhos verdes
Tempestade
sem minha metade é um mar de morosidade
Estou
só
Estou
um e meio
Carregando
nas costas uma meia lembrança
Segurando
nas mãos um lírio partido ao meio
De
narinas bem abertas
Pronto
para trocar toda minha dor
Por
um pedaço do olor que brota na tua cor
Toda
vez
Toda
vez
Toda
vez
Que ameaça chover
Tiago André Vargas
Fotografia de Gökçe Dilek.
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