Água
aflita
Duas
colheres de sal
Uma
de afeto
A
lágrima de um boi como cereja
E
uma tempestade para baralhar
Eis
outro mar
Preso
em fotografia descolorida no vórtice da esperança salicina que escorreu pelo
tronco
Pelo
dorso
De
uma mulher com olhos de madeira
De
um homem com olhos de capim
O
céu se abre e cai um anzol
Este
derrui a minhoca
O
peixe
Por
fim o homem
Todos
vergam como alimento dos sonhos
Sonhos
que nos pescam
E
nem sempre nos devolvem para o mar
Ou
para o suor que escoe na pele pormenorizada de quem se ama
Ondas
Amava
E
um novo mar ressurge
Tiago André Vargas
29.12.2013