domingo, 29 de dezembro de 2013

Anzol



Água aflita
Duas colheres de sal
Uma de afeto
A lágrima de um boi como cereja
E uma tempestade para baralhar
Eis outro mar
Preso em fotografia descolorida no vórtice da esperança salicina que escorreu pelo tronco
Pelo dorso
De uma mulher com olhos de madeira
De um homem com olhos de capim
O céu se abre e cai um anzol
Este derrui a minhoca
O peixe
Por fim o homem
Todos vergam como alimento dos sonhos
Sonhos que nos pescam
E nem sempre nos devolvem para o mar
Ou para o suor que escoe na pele pormenorizada de quem se ama
Ondas
Amava
E um novo mar ressurge
Tiago André Vargas

29.12.2013




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