Eu
te roubei o título, você minha paz.
Saudade.
Sal na idade. Tenha viço ao te provar e quem não devorar que tampouco venha
lamber.
Partidário
alpinista otimista opiniático: você não deveria estar aqui.
Mas
tudo bem, so do i. No inglês encaixa
melhor que eu também. Assemelha verossimilhança com só dói. Acabaram os cigarros. Sempre achei piegas a palavra piegas
bem como escrever em inglês, disfarço minha culpa e peço desculpas à língua
portuguesa que tão bem abraça e expurga meus anseios e desalentos no seio desta
página inexistente, para tanto imponho um itálico paralítico na palavra do tio
são, não obstante, também acho desnecessário escrever sobre cigarros, é
redundância pura, fumar-escrever, redundância puta que amputa o vocábulo da
tristeza.
Por
isso, homem feliz, você não deveria estar aqui.
Cientistas
céticos, enólogos artistas: mais perto.
Se
a dor que te aflige é a solidão ofereço-te uma cadeira. Outras tristezas que
sentem no chão na bem intencionada preparação de rigidez que a vida à bunda aconselha,
impõem. Um legítimo cicerone carregando seu Cícero pela vida. Não é bonito
isso? Se for, é.
Mais
belo do que isso é o amor da sua vida na novelística trama da conveniência
aberta vinte e quatro horas emergir como vizinha. Cuidado com a solidão, essa
exímia roteirista. Colega da creche, da escola, da universidade para os menos
afortunados. Cuidado. A teledramaturgia sempre justíssima com a meritocracia do
amor não vai esquecer de você, basta não esquecer da oferenda à conveniência
via de regra adornada pelo amar por pena na ode simbiótica da falha luta contra
a miséria da singular existência. O falo e o farelo olham juntos escorados na
janela a cidade escarnecer todos os argumentos que anoitecem o sentimento, pois
eles são pragmáticos ao confutar o amor adjacente, alegando que é a carência
comodista que cria o que se sente. Just
'cause you feel it Doesn't mean it's there. O falo, atrevido e sabido
sempre olhando para cima ainda argumenta com rude sapiência que são tantas
galáxias, são tantos planetas, que seria altaneiramente presunçoso crer-se
agraciado com um amor intergaláctico na felizarda geografia do amor à vizinha, ou
ainda o amor de berçário desinformado da mística paz salina que carrega o tempo
sobre a idade três luas depois de sentir saudade do inventado.
Queria
para caralho mais um cigarro, escrevi outra vez cigarro, o mesmo fiz com
palavras inglesas, sou piegas e é rejuvenescedor como banho de mangueira
derrubar alguns conceitos, todavia não é toda via que vai me levar para este
almejado lugar algum onde pousa o sentimento ansiado antes da falta, impassível
à maleabilidade que com tanta habilidade adaptamos o fadário a um roteiro
esquematizado sobre nós mesmos. Quem mais seria? Prós e Contras é uma dupla de
mau gosto que a dúvida não deixou se quer cantar uma música.
Precisamos
escolher nosso nome (mire o cavaleiro da triste figura) e inventar nosso amor.
E
como um planeta, dei toda esta volta por ser preciso.
Precisamos
escolher nosso nome. Inventar nosso amor antes
de conhecê-lo e depois refutá-lo com ares de cientista bêbado, ou ainda artista
cético.
O
meu está em uma das luas galileanas que dançam com Júpiter, único capaz de
suportar este amor.
Uma
lua com sal.
Lua
com sal que eu, alguns cientistas e T. Yorke acreditamos ter vida.
Uma
lua com sal.
Um
sal de idade.
Sal
na idade.
Até
fazer saudade, de um amor terreno sem espaço tempo que mesmo sem o veredicto
dos dedos não há legião ou solidão que me façam desacreditar estar aqui.
Tiago André Vargas
30.03.2014
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Imagem de James Knowles |
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