Caminhe insolente moça com o corpo esculpido pelo diabo, ande pelas travessas da glória insensata e efêmera enquanto a legião de equídeos te saúda, te aspira e com um desejo magnificamente humano te transforma em um império do ego, uma torre tão alta, forte e robusta que tornar-te-á inconcebível, despertando sempre a paixão forte e incontrolável de saltar pelo abismo, de morrer na tentativa.
Alimente-se destes infames, cresça ainda mais tua torre e encoste no céu, toda via quando o sol cair e a noite chegar, solitários ventos fortes podem surgir e tua frágil estrutura balançar. Mas você é forte, você é implacável, você crê que o mundo paira sobre tuas mãos errantes, queria eu dar-te um nome.
Queria eu poder saber quais palavras dizer para derrubar esta torre e você me olhar nos olhos, de frente e de mesma estatura, apenas para dizer-te a linda escória que és. Não diga nenhuma palavra. Você não tem culpa, você só aprendeu a respeitar este trato, minha criança levada de boca fechada sempre interessante, eu sei que é assim que você gosta, é minha ignobilidade que te encanta, de outra forma, aborrecida se afastaria por ser apenas mais uma pedra do teu castelo.
Postado em 24.11.2010
Escrito não se sabe quando
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