sábado, 4 de agosto de 2012

Salmão em pólvora



Você não pode sentir
Nada
Que você não queira

Não seja outro isqueiro esperando que alguém liberte todo fogo que há dentro de você. Seja um salmão, fiel ao seu propósito.
Tente.
Não tente.
Seja um chupim e terceirize seus filhos.
Ainda há crédito no mercado financeiro.
Escreva uma carta de amor agora, assine com outro nome e a deixe sobre o banco da praça. Não ouse aguardar a fim de constatar o destinatário.
O destino não importa.
Apenas o remetente e este, você sabe quem é. Ou não?
Eu entendo.
Seja então o próprio banco da praça e permita que as pessoas se vão, em vão.
Ou não.
Mas lembre-se do salmão.
Ou não.

Dias como o de hoje onde não escutei o assombro da vida me trazem otimismo, principalmente quando abro minha janela e vejo um asfalto aberrante molhado, como se banho alguém o tivesse dado.
Mas este é o meu isqueiro.

Pare de procurar sentido ou comoção nas minhas palavras.

Você não pode sentir
Nada
Que você não queira

Autoria de Tiago André Vargas


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