quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Quando o balde está vazio





O balde está vazio
Esta não é uma frase poética
Nem uma evasiva bélica
É apenas uma constatação
Com todo esmero de
Nada pode ser feito
Não há a lástima do esvaziar
Nem a correria do secar
O balde está vazio
Talvez nunca estivesse cheio
Talvez nunca tivesse proveito
Mas não há passado
Não há lamento
Não há presente
Não há defeito
Meu feito
Em efeito
É olhar para o balde
E dizer sem palavras para mim mesmo
O balde está seco

E geralmente nestas horas, quando o vazio até algo bonito se torna, começa a chover.

Autoria de Tiago André Vargas
01.08.2012

Fotografia de Mauricio Arrue.

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