De
alguma forma desaponto
Não
é meu êxito ou fracasso
É
a expectativa fulgurante germinando em luz contrária
Minha
sombra
Meu
escombro
Meu
escoro
Eu
escorro
Para
as quinas, os rodapés, as caneletas e o teu umbigo
Fujo
dos olhos
Dos
teus e dos meus
Dos
seus e dos nossos
De
alguma forma eu me desaponto
Enquanto
aponto todos a minha volta
Afiados
Prontos
para a tão aclamada guerra
Cuja
qual não mais acredito
Meu
gatilho
Este
dispara flores
Mas
eu torço minha cara
Fingindo
uma constante última bala
Desapontada
mas apontada
Entre
os olhos do inimigo
Igualmente
desapontado
Sem
sombra
Sem
escoro
Não
mais escorro
Os
olhos se fecham
Ninguém
puxará o gatilho
Todos
estão desapontados e tão bem apontados
Não
podem abrir as mãos
Estas
carregam suas cascas, a côdea de madeira ou o próprio brio da vida
Não
é possível um cumprimento
Um
carinho
Dois
carinhos
Nem
mesmo um puxar de gatilho
Punhos
fechados
Compulsório
apontar
Para
os erros de outrem
Para
o próprio vigoroso lápis
Afiado
como uma esgrima
Perfeito
para a caligrafia
Porém
Não
há nada a ser escrito
E
se escrevo
Não
tenho êxito ou fracasso
Agradeçam
ou não
Meu fatídico apontador
quebrado
Autoria de Tiago André Vargas
Imagem de Xeno.
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