Caminho
na quinta
Tropeço
na quina
Caio
na feira
Sobre
a verdureira
Ela
é gigante
Espáduas
maternais aos olhos de criança
Amor
à mãe titã
Mas
suas retinas de nicotina possuem malícia
Os
dedos cheiram à inseticida
Ela
sorri
Me
colhe do chão como um morango
Pensa
poder me fazer feliz
Outra
caixa cheia de enganos
Começa
a plantar algo em mim
Permito
pois me limito ao absurdo
Ela
me guarda no seu bolso de colosso
Toca-me
nas coxas de tempo em tempo
Até
sentir-me polpudo
Então
sorri
Então
me colhe
Numa
quarta
Numa
várzea
Durante
concúbito de terra
Caibo
inteiro dentro dela
Verde
estou
Verde
sou
Talvez
enverdeça para sempre
Amargo
e duro
Ela
não poderá me vender na feira
Tampouco
me guardar entre as tetas
Tem
medo do futuro
Prefere
o cônjuge aguado e seu supuro
Então
me solta na calçada
Em
qualquer terça
Eu
também prefiro assim
Já
não tropeço
Não
mais caminho
Lá
sozinho
Sonhando
um sol marinho
Amadureço
Apodreço
E
me como
Para
não desperdiçar o que jamais poderei ser
Tiago André Vargas
24.11.2013
Imagem de Berk Öztürk.
Grande mestre!
ResponderExcluirè sempre muito bom descobrir algo novo e criativo aqui no blog!