domingo, 12 de abril de 2015

Transparente



Não tenho dono
Que me abane
Nesse adorno
Que me flane
)
Eu vou fingir
(
As cachoeiras sabem meu nome
Na sua língua vertical
Os bicos dos picos dos meus seios
Camuflam o pensamento, horizontal
(
Eu vou cair
)
É um plural
Esse coral que protege os teus olhos
Das luzes que irradiam o nosso dia
Coletiva escondida agonia natural
)
Eu vou distar
)
A janela reclama
O piano reclama
A cadeira aquiesce
E você me esquece
(
Eu vou sumir
(
A solidão é mais verde que a grama
Mais seca que a cinza
Mais física que o alento
É matéria prima mundana
Congênere do vento
Que faz questão de ser vista


12.04.2015

Tiag() André Vargas




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É inútil, como as melhores coisas.
Eu agradeço.

2 comentários:

  1. Transparência que toca fundo na alma uma lama de concreto. Fiquei pesado aqui mestre! Sublime!

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  2. todos esses parênteses, parecem luas.
    minguantes e crescentes, pulando as fases,
    como a gente faz quando pula
    os degraus,
    de dois em dois.

    :)

    ResponderExcluir

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