Poema
agudo de Emily Brontë, ao se lembrar da mãe e das duas irmãs mais velhas, então
falecidas. Pela menção de "quinze dezembros", estima-se o tempo
aproximado da triste recordação. Me agrada em especial a última estrofe do
poema, a força do luto convertida na ação de abraçar o seu vazio até o ponto de
não poder mais perceber o mundo incompleto.
Recordação
Gélido
na terra – e a neve profunda empilhada alta acima de ti
Tão,
tão distante, frio no lúgubre túmulo!
Será
que esqueci, meu único amor, de amar-te,
Separado
agora pelo aceno dilacerante do Tempo?…
Agora,
quando só, meus pensamentos não mais pairarão
Sobre as montanhas, dessa costa ao norte,
Descansando suas asas onde as samambaias rodeiam
Teu nobre coração para sempre, cada vez mais?
Gélido
na terra – e quinze dezembros selvagens,
Daquelas
colinas marrons, se derreteram em primaveras:
Fiel
mesmo é o espírito que lembra
Após
tantos anos de turbulência e sofrimento!
Amor doce de
juventude, perdoa-me se eu esquecer de ti,
Enquanto a maré do mundo está carregando-me junto:
Severos desejos e outras esperanças me envolvem,
Esperanças que obscurecem, mas não podem fazer-te mal!
Nenhuma
luz tem iluminado meu céu;
Nenhuma manhã tem brilhado para mim:
Todo o bem da minha vida veio da vida que me deste,
Todo o bem da minha vida está no túmulo contigo.
Nenhuma manhã tem brilhado para mim:
Todo o bem da minha vida veio da vida que me deste,
Todo o bem da minha vida está no túmulo contigo.
Mas quando os dias de sonhos dourados desapareceram,
E até mesmo o Desespero era incapaz de destruir,
Então aprendi como a existência pode ser estimada,
Fortalecida, alimentada sem ajuda da alegria.
E até mesmo o Desespero era incapaz de destruir,
Então aprendi como a existência pode ser estimada,
Fortalecida, alimentada sem ajuda da alegria.
Então
cessei minhas lágrimas de paixão inútil
Curei
minha alma jovem de ansiar pela tua;
Severamente
neguei-lhe o desejo ardente de correr
Para
aquele túmulo que já é mais do que meu.
E,
ainda assim, não ouso me deixar levar
Não
ouso me entregar a dor extática da memória;
Após
uma vez beber da angústia mais divina,
Como eu
poderia buscar o mundo vazio de novo?
![]() |
Emily Brontë |
Aproveito para indicar este blog com poemas e textos das irmãs Brontë: Poesias Bronteanas.
Apenas esquecer.
ResponderExcluir