O
cinzeiro virado
No
ar a folha muda
Meu
colo desvairado
Incutindo
nuvens intrusas
O
que eu ofereço?
O
céu é puro rescaldo
Ao
sul
Com
ou sem paraíso
Concreto
comprimido
Migro
Mínguo
Ponha
um terno e fale do infinito
Homem
qualquer em traje ataviado
Oferece
febre terçã em troca do salário
Fácil
Como
pequenos seres do mar escorrendo no findar da onda pela areia
Mostre-me
um homem nu
Oferecendo
suas pernas
Dentes
Seu
ódio
Desespero
Seu
amor mais nobre aflorado nas violetas úmidas da madrugada
Mostre-me
um homem através dele
Sem
simbologia
Representação
Hemorragia
Ou
redenção
Mostre-me
um homem
Sincero
e só
Pó
Só
existe beleza na realidade ou na fantasia despretensiosa de credulidade
Tiago André Vargas
Imagem de Luiz Felipe Tavares
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