segunda-feira, 7 de outubro de 2013

final das ondas contas





No final das contas
Há o quebrar das ondas
Nada há mais

O ambicionado final feliz
Enxertado em vida plim plim
Prostrado, também a onda irá levar

No ponto mais profundo – logo triste – do oceano
Acaso empilham-se pratos porcelânicos lavados em pranto
No ponto mais profundo – menos triste – do oceano
Um dia meu pó abraçará algum nó
Seu

No início das contas
Há o quebrar das ondas
Nada há mais


Tiago André Vargas
07.10.2013


Imagem de InoaLa.

2 comentários:

  1. Tenho que admitir não possuir muito apreço por poesia, são poucos os nomes que me cativam e você me impressionou de uma forma ou de outra. Talvez seja a temática, sempre quis ser uma criatura marinha, acho que a pressão da terra é pesada demais para suportar, é pesado demais para andar, é rápido demais pra apreciar. Tudo cansativo e massante. No mar é melhor, sim, mesmo no ponto mais profundo - logo triste- do oceano, um mar de lágrimas. A gente se reflete nele, mas se tentar adentrá-lo logo se afoga, que dilema. Talvez eu morra afogada só por propósito.

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