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Resenha
de Karina Catuzzo Rodrigues:
Sangue
e amor
Uma
faca. Um alvo. Um suspeito. Promessas, ciúmes e amores enlouquecedores. Um
livro para fincar na cabeça. Um vício. Relato de muito suspense que marca a boa
estréia de Tiago Vargas.

Já no começo da trama um
assassinato misterioso faz com que o leitor fique imaginando quem poderia ter
cometido a maldade “Com as mãos sobre o estômago o jovem caiu de joelhos e sua
boca que antes irradiava aquele belo e jovial sorriso agora era berço de um
pequeno filete de sangue…”
Vargas é minucioso, faz
descrições detalhadas, e isso leva os leitores a se prenderem cada vez mais na
historia. E o romance traz muitos personagens: Josh, Andréia, Débora, Mayara,
Roberto, Afonso… Mariposas no Útero começa com um encanto por uma garçonete,
passa por assassinatos, confusões, ameaças e quase “roemos” as unhas para
descobrir qual o final deste enredo que hipnotiza.
O interessante é que, na
leitura, o autor volta no tempo para entender a história dos personagens, da
onde vieram, quem são, por que estão ali. No capítulo XV, por exemplo, Vargas
interrompe o relato da vida de Josh e sua loucura por uma garçonete para contar
as trajetórias de Afonso e Roberto, que também são personagens chave no
desfecho do romance.
Mariposas no Útero pode ser
considerado um livro de certa forma confuso, pois o enredo é misturado de
propósito pelo autor. Assim, o leitor deve redobrar a atenção ao ler. “Fora
queimado o plano divino, descrente o destino e restou apenas o acaso. E o acaso
é um velho bêbado de revolver empunhado mirando nos teus rins, exigindo que uma
música inexistente seja dançada.”.
Mariposas no Útero filtra a
imaginação, encanta, amedronta. Usa um acontecimento do cotidiano, que pode
acontecer com qualquer pessoa e desvenda mistérios… um leitor que vai a um bar
e esbarra em uma garçonete e, no fim, descobre que ela é peça fundamental na
sua vida. O suspense prende a atenção e, como se fosse um filme, carrega no
suspense “Nenhum pintor mostra se quadro inacabado. Se você entende o processo,
o resultado perde valor”.
Tiago André Vargas é natural de
Caxias do Sul, do distrito de Vila Cristina. É autor do livro Mariposas no
Útero, um romance que traz humor, banalidade e, não raras vezes, o amor. Foi
premiado no concurso nacional Associação Nacional dos Escritores, ANE – 50 Anos,
com o conto A Violinista e contemplado no 4º Prêmio Literário Sérgio Farina com
o conto E assim se fez o mar.
Para Tiago, o importante não é
poder escrever, e sim, querer escrever. É quando querer escrever não é uma
escolha, é uma necessidade. É como amar alguém. Assim, as significativas
aprendizagens acontecem somente durante a caminhada e toda escolha é certeira
se feita com o coração.
Para o autor: “Todos os livros
que eu li, pessoas que eu conheci, eu acredito que todo e nenhum detalhe da
minha vida me colocaria um dia em frente de uma página em branco dizendo: Seja
agora quem tu és. Desde então, eu tento ser.”.
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