Mordi
suas tetas
Depois
aspirei
Cão
que arfa é mais cão
Assoprei
A
saliva álgida no halo nacarado
Era
Um
copo de vidro esquecido na sacada
O
médico imaginário do prazer sorria
Com
escárnio
Olhava-me
como um pai morto
Minha
ação o torto legado
Esta
ordem categórica
Foi
uma vantagem
Que
eu carreguei na boca
Para
lutar contra o amor das mulheres de olhos profundos
O
médico disse
Menos
recônditos
Menos
perigosos
São
os olhos das tetas
Sou
alquebrado
Por
natureza
Incapaz
de encarar os olhos da leveza
Mordia,
aspirava e assoprava os olhos das tetas
Na
inocência
Que
passaria despercebido pela alma
Ventou
forte entre meus lábios
Evitei
as conhecidas janelas
Mas
rasguei as cortinas do meio
Surpreso
Notei
Mordia,
aspirava e assoprava seu peito
Aberto
como um livro
Exposto
como um copo esquecido na chuva
Outro
caminho em mesmo destino
A
água que dentro de si ficava
Era
a alma
Sua
alma sentiu frio
Está
junto com a minha
Na
sacada
Enroladas
em um chambre vermelho
São
filhotes
A
minha parece não ter boca
A
sua parece não ter olhos
Ninguém
sabe o que serão quando crescerem
07.09.2015
Tiago André Vargas
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