A mesma mão que pôs o pão no forno agora balança o meu berço
Um cachorro de manchas alegres parece sorrir para o vento
O céu é o teatro, o azul sai do palco e volta cinzento
Quero faltar à aula que ensina tudo que é gente a ter medo
Me perco
Olhando para a velha mão que ainda ostenta farinha
Balançado nesta vida que nem parece ser minha
Lhe perco
De balanço ritmado o vai e vem da indulgência
De estomago forrado, o pão sobre a mesa
Quebrarás o berço e olharás para fora
Direto para o céu negro que a tudo devora
E agora?
Você cresceu enquanto o cachorro sorria
Chegou tarde para ver o azul do dia
A receita do pão de forma fora esquecida
Pois toda infância é uma infância perdida
Independente das tristezas ou das alegrias
Nada supera infindável expectativa
Nada supera infindável expectativa
De olhar para frente e ver apenas páginas vazias
Autoria de Tiago André Vargas
Foto encontrada aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário