Os
teus olhos podem ver tudo
Os
teus olhos refletem mudos
Meus
olhos já sem escudos
Meus
olhos largos desnudos
E
eu preciso
Como
a mulher de meia idade carregando o filho cego
Como
a mulher de meia idade avisando a cada degrau
Como
o homem de meia idade sozinho em cada gesto
Como
o homem de meia idade vestido à funeral
Os
meus olhos grafite
Rabiscando
vida gasta em folha nova
Para
que você suscite
Me
queime por amor e não por glória
Os
teus olhos diamante
Refletem-me quando te vejo
Me percebo
Adiante
Adiante
Sobre
brilhos de inocente arpejo
Existem
olhares que indeferem
Ainda
os que ferem
Sobre
prece
Os
outros nada querem
Os
riscos
A
fuligem
E
as máscaras para esconder o bruto
De
quem ama o absurdo
Daquele
que fere o vagabundo
No
fim falso testemunho
O
mundo no mundo findo
Numa
súplica de vento forte
De
quem ama e lança a sorte
Os
olhos e os dedos
Para
as lágrimas e apertos
O
carbono e o diamante
Diferentes
por um olhar
Esconda
bem fundo dentro de ti
Escolha
a quem mostrar
A
cinza por cinza suplica
Enquanto
os diamantes ficam entrementes
Esperando o
extraordinário desabrochar
Autoria de Tiago André Vargas
Fotografia de Bronson Thurler.
... algo escrito sempre sera lido.
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