Eu
desço descalço do palco pisando em um domingo sem mel
Me
pego pulando de vagões pelas quartas e quintas meninas
Pelas
terceiras e segundas feiras com frutas maduras de cordel
Voando
sobre arrogantes ideologias vesânicas sem rimas
Você
é menino carente - toda mulher um dia mãe dizia
Você
tem gosto de couro de serpente – fala a fera impávida
Você
quer ouro de tolo em barcos de pássaros sem vida
Você
quer mamilo, carinho, diminutivo e luta armada
Tudo
pra ontem
Tudo
pra hoje
Nunca
pra sempre
Nunca
pra nuca que não me revela os olhos que desejo ver
Sem
ser
É
assim que sou
Carência
pela essência
Mulher
pela cintura
Desejos
sem clemência
Amores
e pinturas
Eu
sou menino carente
Caminhando
sozinho
Futuros
escuros em olhos reluzentes
Futuros
claros em olhos de colírio
Eu
fecho os olhos
Você
não sabe nada a meu respeito
E
isso é pecado
Minha
carência é um desrespeito
Com
gosto de beijo chorado
Salgado
Gatos
e quartzo
O
mundo pelo vidro do berçário
Amores
distantes olham a sinaleira
Amores
tão próximos carregam suas ementas
E
eu sou só carência
De
toda essência
Meu
respiro é desejo de arrepio indesejado
Carente
de surpresa
Carente
de não ser carente
Infame
arrogante excitado te comendo na sobremesa
De
colher e guardanapo
Ou
a boca chupando o assoalho
Só
um menino carente
Da
implosão de todo amor que houver nessa vida
Só
um menino que não mente
Ao
querer ser teu no ensejo de você ser minha na mais completa sincera mentira
Um
menino carente
Não
sabe o que quer
Quer
o que não sabe
Só
sabe o que sente
Sente
o que não quer
Quer
o que não sente
Um
menino carente
Escondendo
os dentes
Louco para sorrir
Tiago André Vargas
30/06/2013
Imagem de Andy.
Muito bonito o final!!
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