Felicitações
a todos que sofrem por não amar.
Um
brinde a todos que possuem o coração oco como uma oca abandonada. A todos que
gritam para o próprio peito e escutam um eco!
Oi?!
Oi...
Oi...
Oi...
Um
brinde forte o suficiente para quebrarmos nossas taças cheias de simbolismo em
homenagem a todos que escutam “Eu te amo” e bóiam na culpa do falso e
mecânico “Eu também”.
Cumprimentos
regados a socos e pontapés para todos que ficam parados, estáticos, esperando o
gordo arcanjo lhe dar uma flechada, ou um raio de paixão que lhe parta e nada,
nada acontece.
Um
sincero brinde a todos que nasceram com a luz sobre os olhos. A todas as mentes
inteligíveis capazes de perceberem a estupidez meta-física do amor. A conclusão
fatídica e sem volta.
Sim!
Um brinde! Pois se tornar esperto o suficiente para assoprar toda essa
neblina cor de rosa chamada amor é se tornar estúpido o suficiente
para dizimar a mais completa busca da felicidade e, tudo que sobra, cabe num
copo. Saúde.
Autoria de Tiago André Vargas
Foto encontrada aqui.
80. “.nada.”
ResponderExcluirPara os “desconhecidos”
Eu não sinto nada. Já que não há nada para sentir.
Cheguei num ponto onde não sinto nada.
Nem o bem, nem o mal. Aí, como um pão seco matinal.
Sou fruto de uma sociedade “polissêmica” e
doentia..., com dores de cabeça,
mas ainda bebemos “Coca-Cola” e depois
tomamos “Aspirina”, e vivemos do depois.
Nem raiva, não penso no futuro, não acredito
na questão do tempo e nem do “trânsito” dos verbos.
Não sinto nada.
Nem fome e vontade de chorar.
As paredes perdem a serventia.
O que eu desejo fica sem nome.
Das mãos escorrem sangue.
Mais uma vez não sinto nada.
Mãos que cortam cebolas, tomates,
mãos tão sozinhas...
Ruas sujas.
Objetos antigos e egípcios.
Textos sem estética.
Para que estética?
Roupas velhas, de uma época onde se acreditava...
...orações mortas, tão mortas quanto à vida.
A mulher pedindo esmolas.
A criança se prostituindo.
Os velhos com fraldas, mijados e cagados na cama dos asilos.
Famílias, ainda existem famílias.
Sonhos regados a café com leite...
...um tempero espanhol...
Artificialidades.
E eu aqui.
Escrevendo sobre tudo que você não quer ler e saber que existe.
Simples. Para você não sentir nada também.
E o amor.
Só Ele ainda não sabe que existe.
Problemas emocionais e espirituais.
E assim, continuamos, fingindo e fugindo.
Você é um ator. Então toma água e vive.
E este é o último ato.
Você que é preenchido pelos outros.
E nunca saberá quem é você.
Viva ao Carnaval, aliás, é Carnaval, vamos ser mais uma vez quem não somos.
Assim esqueceremos de uma vez – por todas – quem sempre deveríamos ter sido.
“Nada começa quando você pensa que começa.”
Lillian Hellman