quinta-feira, 5 de julho de 2012

Meu amor é um quarto sem portas


Eu escrevi isso em um papel que hoje é amarelo. Poucas coisas são amarelas e nós sabemos o motivo.
Não havia nada.
Nada.
Só o espaço, quem sabe o chão desenhado. É preciso desenhar um chão e nós sabemos o motivo.
Neste completo indizível “nada” surgiu um quarto. Sim, quatro paredes sustentam outra arrogante que sobre estas se deita fazendo questão de ser chamada por outro nome.
Classe social? Pode ser.
Dentro deste quarto estava o meu amor.
Sem portas.
O que faria com ele dentro desta caixa de concreto inatingível? Você não pode viver sem maçanetas. Enfia este polegar no.
Existe muito concreto, pouco amor, algumas portas, pouco amor.
Alguém despenteado em um corredor de paredes azul-piscina abrindo a octogésima nona porta de sua vida vazia? Pode ser.
 Mas eu não me preocupava com as portas, muito menos as maçanetas criadas pelos deuses, eu tinha o meu bloco de concreto cheio de amor.
Meu amor é um quarto sem portas, mas eu já falei isso e nós sabemos o motivo.
Eu morri tantas vezes apunhalando-o com ossos frágeis, com minha têmpora menos quebradiça, mas nunca forte o bastante.
Desisti, como sempre.
Absorto percebi: Eram as paredes que eu amava.
Se as derrubasse contemplaria o nada, pois não aprisionaria o meu amor. Se as derrubasse meu amor seria visto, desnudo, assemelho... Logo, não mais amor.
Amar é crer.
Um quarto sem portas.
Uma piscina vazia.
Uma piscina cheia.
Você.

Autoria de Tiago André Vargas
Fotografia de FireFlyExposed.

5 comentários:

  1. De adoçar o coração e fazer cair algumas lágrimas dos olhos.

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  2. Amar é crer, mas também é conviver! É aprender a relevar o error, deixar passar por menos.
    Amar é ver os defeitos e mesmo assim continuar a amar!
    Amar é enaltecer o outro, é suportar o insuportável, para não magoar a quem se ama.
    Amar não é procura a felicidade, não é tentar ser perfeito.
    É conviver com a simplicidade e aceitar seus próprios erros.
    É não exigir perfeição dos outros quando nem mesmo você é perfeito!

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  3. Amar é crer, mas também é conviver! É aprender a relevar o error, deixar passar por menos.
    Amar é ver os defeitos e mesmo assim continuar a amar!
    Amar é enaltecer o outro, é suportar o insuportável, para não magoar a quem se ama.
    Amar não é procura a felicidade, não é tentar ser perfeito.
    É conviver com a simplicidade e aceitar seus próprios erros.
    É não exigir perfeição dos outros quando nem mesmo você é perfeito!

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  4. Amar é crer, mas também é conviver! É aprender a relevar o error, deixar passar por menos.
    Amar é ver os defeitos e mesmo assim continuar a amar!
    Amar é enaltecer o outro, é suportar o insuportável, para não magoar a quem se ama.
    Amar não é procura a felicidade, não é tentar ser perfeito.
    É conviver com a simplicidade e aceitar seus próprios erros.
    É não exigir perfeição dos outros quando nem mesmo você é perfeito!

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  5. Amar é crer, mas também é conviver. E relevar os erros, deixar passar por menos.
    Amar é ver os defeitos e mesmo assim continuar a amar.
    Amar é enaltecer o ser amado, é suportar o insuportável somente para não magoar.
    Amar é não buscar a felicidade, e nem exigir perfeição.
    Amar é compartilhar defeitos, rir juntos em segredo.
    Aceitar a simplicidade, improvisar nas dificuldade, e jamais abandonar.
    Amar é se doar, é aceitar, é conviver sem ofender.
    É estar ciente de que você também é um ser deficiente.

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