Ó transfiguradas criaturas diurnas
Que melhor produzem iluminadas
Suas peles de nímia acupuntura
Coloridas inofensivas granadas
Não gastem seus sóis com fluorescentes
Não abracem índoles amputadas
Fora do círculo reincidente
Amarelinha no céu da calçada
Corra, transpire, enfarte
Conceba-se como legítima criatura humana
Rasgue o encarte
O melhor pro final nada adianta
Se você ama a juíza estupre-a de forma delicada
Não pratique halterofilismo com desprestígio
Conceda no alinhado peito amor de escrava
Quebre seus saltos com inocente carinho
Pois somos criaturas noturnas
Os olhos brilham diante tudo que não podemos ver
Flutuantes almas infecundas
Perfumes caros jogados em emboço de ser
Atravessamos noites impávidas
Como balas estilhaçam vidros
Carregando prenhes pálpebras
Pesadas de sonhos tão vivos
Desta forma o mundo goza na coxilha
Depois da labuta o sonho dos justos
Mas nós fizemos uma troca descomedida
Resignamos a noite por simples absurdo
E somente sorumbáticos
Pasmos e esbranquiçados
Desmaiando sobre uma mesa de demência
Aceitaremos nossa vital abstinência
É preciso deixar a noite te vencer
Todo sol que irrompe te derruba
Já estar caído quando ele nascer
Aceitar eterna próxima luta
Pois em contrapartida sempre existe uma lua
Bela e serena de olhos esverdeados
Vendo em nosso coração que algo se tatua
Para que o inesquecível sempre seja lembrado
E a noite não mais existe
Os dias não mais se dividem
Impera um doce e real conhecer
Que o propósito é o próprio vencer
Tiago André Vargas
01.03.2012
01.03.2012
Fotografia de solsikke.
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