Tragou
com o mesmo anseio que um desafogado. Assoprou toda a fumaça em sua cara
enquanto ele fechava os olhos repugnantes de criança que experimenta rúcula
pela segunda vez. Abriu os olhos. Disse:
-
Qual é o teu problema?
-
Que problema?
-
Isso... Tudo... Qual é afinal?
-
Eu não tenho nenhum problema... Além de você ser patético com estas perguntas
de supermercado.
-
Perguntas de supermercado?
-
Porra... “Deseja mais alguma coisa?”, “Qual é o teu problema”, repetir minha
última frase com uma interrogação no final... Me diz uma coisa agora, você já
pensou qual é o teu problema?
-
Eu não tenho problemas, eu os resolvo.
-
Isso pode ser um problema.
Tragou
novamente. Fumaça na cara. Rosto engelhado.
-
Eu tenho um problema: Eu não sei por que gosto de você.
-
Tente resolvê-lo então, você não é o senhor solução?
-
Eu gosto de ti por que você é linda, por dentro e por fora.
Teve
um ataque de risos. Rolou na cama com a mão pressionando a minúscula barriga
enquanto os cabelos compridos se emaranhavam como notas de uma sinfonia sem
maestro.
-
Por que você está rindo?
-
Ah... Você me mata, só isso.
As
cores de suas tatuagens abrangiam as 27 do arco-íris. E ele teria que fazer aquela
verde pergunta.
-
E você... Sabe por que me ama?
-
Eu nem te amo ô porra! Cê tá maluco? Acho que todo esse Way que você anda tomando está te prejudicando, brother.
Teve
outro ataque de risos.
Ele
lacrimejou um pouco e delineou um sorriso dissimulado.
Lá estava um homem
que jamais faria um pedido de casamento em rede nacional. O mundo agradece mulheres como esta. Sem ironia. Brother.
Vi o seu vídeo "escrever para... viver para", e gostei. Gostei igualmente do seu texto e do seu blog ^^
ResponderExcluirBlog Bruna Morgan
Obrigado Bruna.
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