Dentro de quadriláteros testemunho o desfile da vida
Telas e janelas em quartos de casas para quadras, exatas
Monitores olham com desdém faces de nalgas aborrecidas
Para que as meias avessas possam secar em paz na sacada
Meu rosto na janela é idôneo ao cão na calçada
Um queixo apoiado
Esquecido predador que não reconhece sua caça
Um mendigo doutorado
Pedinte de tudo que não pode ser dado
Os bolsos forrados de inveja
Ansiando abraços dados por trocados
E gente vira rima rica de merda
Tu me espera?
Uma parede não cai com punhos
Nem portas se abrem com lágrimas
Fogo em planos de falsos rascunhos
Sangue novo em pernas flácidas
Não espere outro Junho
Cultivando horta de miúdas mágoas
Ninguém é capaz de mudar o mundo
Sem antes acolher própria alma
Autoria de Tiago André Vargas
Fotografia de Sebastian.
Fantástico.
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